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Dinâmicas de mercado_pt

Setor procura uma saída para impasse na definição de preço competitivo para a nafta

Tempo: 2015-04-13 Fonte de: www.plastico.com.br
A indústria química brasileira viverá em 2015 momentos críticos para a sua sobrevivência. Espremida pelo alto custo de sua principal matéria-prima, a nafta, além da elevação dos preços da eletricidade e dos salários, ela precisará se esforçar para competir com produtos fabricados nos Estados Unidos com óleo e gás baratos retirados de folhelhos. Sem mencionar a agressiva concorrência asiática. Fundamental para essa indústria será a conclusão das tratativas para renovar o contrato de suprimento de nafta da Petrobras para a Braskem. Desde o ano passado, esse contrato recebeu dois períodos de extensão, o segundo deles deixou o preço em aberto, para admitir o pagamento retroativo da diferença de valores após a sua revisão. Esse aditivo termina no fim de fevereiro. A renovação desse contrato coloca todos os produtores a jusante na cadeia química em polvorosa. Caso venha a ser fixado em valor muito elevado, o preço da nafta poderia inviabilizar a operação dos crackers instalados no país. Sem eles, não há como suprir com olefinas e aromáticos o setor, levando à paralisação de parte importante da produção local. O mercado aguarda ansiosamente o desfecho das negociações. Todavia, paira no ar um cheiro de nova prorrogação, por W.O., como se diz em competições esportivas. Atingida em cheio pelo escândalo do Petrolão, a diretoria da Petrobras renunciou, entre eles o diretor de abastecimento José Carlos Cosenza, responsável pelos entendimentos com a Braskem. Da mesma forma, cumpre lembrar que a estatal detém 36% do capital da gigante petroquímica brasileira. Deixar que a negociação se encerre de forma por demais gravosa para a Braskem seria um tiro no pé da própria estatal, pois implicaria a redução do valor de um dos seus ativos. Saliente-se, também, que a disputa pelo preço do insumo começou quando a estatal preferiu engordar o pool de gasolina de suas refinarias com a nafta que deveria ser destinada para uso petroquímico. Acatava, na ocasião, à ordem do governo federal, seu acionista controlador, de vender gasolina com preço muito abaixo do praticado no mercado mundial relevante (desconte-se a situação da Venezuela, cujos preços do combustível beiram a insanidade). Com isso, a estatal queria impor à Braskem o custo de importação do insumo substituto, elevando o seu preço em 5%, aproximadamente.