Dinâmicas de mercado_pt
Pigmentos de efeito ganham aplicações nas tintas imobiliárias
Tempo: 2014-07-24 Fonte de: http://www.quimica.com.br
Capazes de refletir a luz em ângulos inusitados, provocando sensações visuais atraentes, ospigmentos de efeito estendem sua paleta de aplicações para novos segmentos do mercado de tintas. Fartamente conhecidos no setor automobilístico, no qual são os responsáveis pelas sofisticadas pinturas metálicas e peroladas, esses pigmentos encontram demanda crescente nos setores de impressão, embalagens, produtos eletroeletrônicos e – novidade no Brasil – nas pinturas decorativas imobiliárias.
A abertura desses mercados aproveitou a disponibilidade de produtos e tecnologias adequadas, conjugada com uma redução no custo dos pigmentos de efeito convencionais. “Como ocorre em qualquer mercado em crescimento, quanto maior a demanda, maior a economia de escala na produção; e isso se reflete diretamente no preço dos pigmentos”, explicou Adriano Pinheiro, gerente do departamento depigmentos, resinas e aditivos da Basf para a América do Sul. “Isso acontece claramente com os produtos mais antigos, não com as novidades, que têm preço mais alto.” Para ele, como os pigmentos recentes agregam efeitos diferenciados aos produtos finais, como automóveis e embalagens de luxo, seu custo acaba sendo largamente superado pelo benefício proporcionado.
“A concorrência nesses pigmentos também está ficando mais acirrada, embora sejam poucos os players qualificados nesse campo”, salientou Francisco Veloso, gerente de pigmentos industriais da Merck.
Ele explicou que o mercado esperava uma retração da produção automobilística no país durante 2012. Isso motivou a companhia a identificar e desenvolver novas oportunidades de negócios além das montadoras. “Encontramos alta receptividade nas tintas imobiliárias, nos perfis metálicos usados em eletrodomésticos coloridos e em plásticos”, comentou. No entanto, a concessão de benefícios do governo federal para a indústria automotiva e para o crédito aos consumidores evitou uma queda nesse segmento. O resultado foi um ano muito bom para os pigmentos de efeito.
A abertura de novas frentes comerciais está mudando o panorama do mercado. Veloso comentou que a divisão de vendas de pigmentos de efeito há dois anos apresentava domínio claro das aplicações automobilísticas, com 65% a 70% do faturamento. Os demais usos (plásticos, impressão e segurança) ficavam com 30% a 35%. Atualmente, ele estima que o setor de automóveis responda por 55% das vendas, enquanto os demais já somam 45%. “São mercados diferentes. Os perolados entraram forte nas embalagens de cosméticos, setor que muda seu catálogo em vinte dias; já as montadoras levam anos para mudar uma cor”, comparou.
Outra gigante no ramo, a Eckart reorganizou sua distribuição de pigmentos de efeito no Brasil. Desde abril deste ano, a venda de produtos da Eckart para tintas e plásticos passou a ser feita pela Colormix, empresa do grupo Formitex. As linhas para impressão gráfica e outros ramos permaneceram com a Clariant.
“A Eckart queria um distribuidor que lidasse apenas com pigmentos, tanto assim que não aceitou ser distribuída pela Bandeirante Brazmo”, comentou Cristine Lopes Camargo, gerente de vendas da Colormix. A Eckart pertence à Altana, também dona da BYK, empresa com longo histórico de relacionamento com o grupo Formitex, que comprou a Colormix em janeiro.
A Colormix foi fundada há 30 anos para ser uma distribuidora de produtos de cor da Hoechst, mais tarde transferidos para a Clariant. Tem estrutura para misturar pós e fazer o acerto de cor para os clientes, possuindo um laboratório para isso. Seu portfólio para tintas inclui pigmentos convencionais, como os azuis e verdes de ftalocianina, fornecidos pela Choksi (Índia), perolados naturais de mica da Ypin (China), também fornecedora de óxidos de ferro opacos e azul-ultramar, bem como a linha de orgânicos da Jeco (China).